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A verdade pragmática é aquilo que é real de um sistema de valores, mas como verdade e realidade não são sinônimos, buscaremos, a partir da nossas verdades e realidade, trazer textos sobre tudo. Este blog também abordará assuntos acadêmicos referentes à psicologia e comunicação institucional. E com o tempo esperamos adicionar mais assuntos através de outros colaboradores.



terça-feira, 16 de novembro de 2010

Vocês não possuem o perfil adequado

Imagem: 3.bp.blogspot.com
 Fiquei indignado ao ler a matéria do último dia 31. na Folha, sobre um novo método adotado para seleção de alunos, por escolas para estudantes a partir de 5 anos, substituindo o vestibulinho. A prática é totalmente egoísta, coloca a instituição em primeiro lugar, acima de tudo, até no seu papel de educar para quem desperta o interesse pelos estudos.

  A prática é chamada de "O dia da vivência", submete as crianças em um teste, onde se busca avaliar suas habilidades sociais; assistem à aula, interagem com outras crianças, conversa com professores, pedagogos e psicólogos - com 5 anos. As escolas que utilizam o método argumentam, na matéria: "Precisamos ver se o aluno tem o interesse em estudar na escola, se o perfil dele tem a ver com o nosso". Quando o resultado é negativo: "Dizemos, que, no momento, o aluno ainda não tem o perfil adequado para estudar conosco". A presidente da Associação Brasileira de psicopedagogia, Quézia Bombonatto, completa: "(...) a vivência permite à escola avaliar mais as habilidades sociais da criança, e não apenas o conteúdo"

 Quer dizer que não basta os pais das crianças, estarem dispostos, até a pagar um alto valor pela educação dos filhos, agora precisam torcer para que as instituições de ensino, enxerguem em seus filhos o "perfil adequado"? Mas o papel da escola não é  ensinar estas crianças a terem um perfil adequado? Não é o de buscar desenvolver a região onde está inserida, através da educação, e não apenas para aqueles que analisa serem mais desenvolvidos em alguns quesitos fora do campo acadêmico? Além de fazerem crianças tão pequenas enfrentarem uma grande frustração. Afinal, correm o risco de criar algum vínculo, neste dia que passam dentro da escola, e depois serem extipardas por simplesmente serem elas mesmas. Para Bombonatto, não basta o conteúdo, as crianças precisam seguir um modelo único, desrepeitando características individuais que asseguram a pluralidade e a maravilhosa complexidade dos homens; não basta o quanto a criança se aplique, estude, o que afinal, é o que importa, ela precisa se enquadrar em um ideal estabelecido, criado, apontado como o único caminho possível, sem isto, está fadada ao fracasso.

Foto: psiescolar.files.wordpress.com

  Isto é tão absurdo, do que você ir a uma auto-escola, e não te aceitarem por não saber pegar no volante no modo que eles consideram adequado, ou por não ter sido tão expansivo como gostariam. Este exemplo me faz pensar em algo engraçado, que sob este método, Michael Schumacher serviria para guiar um carrinho de pipoca na visão deles, analisando apenas a sua personalidade e não o seu talento, e aplicando a escola, Machado do Assis serviria apenas para estudo de caso, e jamais seria um estudioso de casos; considerando que analisam habilidades sociais, e portanto, uma criança introvertida não se enquadra no "perfil", pelo que pude entender.

 Realmente lamentável. Colégios São Luis, Lourenço Castanho e Vértice de São Paulo, e Andrews, do Rio, olhando ao redor, e percebendo tantas carências, tantas necessidades, e tanta vontade, fé em um futuro melhor, digno, de um País que necessita tanto da qualidade de ensino que vocês oferecem, e até de mais, a atuação de vocês na sociedade, é digna da sentença: Como escolas, vocês não possuem o perfil adequado para o que nós precisamos.

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