Seja bem vindo.

A verdade pragmática é aquilo que é real de um sistema de valores, mas como verdade e realidade não são sinônimos, buscaremos, a partir da nossas verdades e realidade, trazer textos sobre tudo. Este blog também abordará assuntos acadêmicos referentes à psicologia e comunicação institucional. E com o tempo esperamos adicionar mais assuntos através de outros colaboradores.



terça-feira, 2 de novembro de 2010

Procurando a fórmula perfeita

Formula 1 - corrida 1024x768 Papel de Parede Wallpaper
                                         


Vamos lá, não dá mais para assistir a fórmula 1 né? Não para quem busca adrenalina, emoção, requisitos cruciais para uma competição de carros que correm há mais de 300 quilômetros por hora. Uns vão me contradizer, argumentando que o campeonato deste ano está demais, 3 pilotos na disputa pelo campeonato; mas isto ocorre por quê? Exclusivamente pelo mérito dos pilotos e equipes ou pela incompetência deles? Fico com a segunda.

 A fórmula 1 se tornou chata, porque a ultrapassagem se tornou rara, e a distância entre as equipes é de uma disparidade absurda, privilegiando aqueles que possuem grande volume de capital. Sem contar os circuitos, que muitos existem apenas para cumprir uma necessidade comercial, em vez de privilegiar o espetáculo. São estéticamente atraentes, mas que propiciam uma rotina insuportável, em carros viciados em apenas se manter no mesmo traçado, sem cometer erros, para chegar a linha de chegada na posição que garantiu no treino. Ou obriga pilotos e equipes torcerem para o acerto da estratégia adequada, para que possam ultrapassar de maneira inglória os rivais no boxe. A vitória se tornou apenas o erro do outro.

 Os pilotos brasileiros são outro ponto negativo. Barrichello é emblemático. Mas ao contrário da maioria que se acostumou a bater nele de todas as formas, eu não o acho um mal piloto. Acho que consegue resultados expressivos com carros fracos. O problema dele na minha opinião, é a falta de gana para vencer. Quantas vezes no deparamos com a cena, após um fracasso, Barrichelo em tom professoral, explicando o que houve com uma naturalidade, que não cabe para um piloto que pensa somente em vencer. Vejo resignação, conformidade, "A vida é assim".

 Nisto, me lembro de pilotos que chegavam a colocar em xeque até a sua ética por causa da vitória, como o Schumacher, ou sua sanidade, como as curvas sem freio de Senna. Atitudes que demonstram que a vontade de ganhar é tão insuportável que chega a comprometer a racionalidade. A chegada da derrota não é aceita como o decurso natural das coisas, e quando ela é invencível, o sentimento de perda, tristeza, resignação não existe para esses tipos, existe somente a raiva. É o que falta em Barrichello, inconformidade, raiva.

 O mesmo aplico ao Massa. Piloto bonzinho é segundo piloto, piloto bonzinho aceita ordem da equipe sem reclamar, seja ela qual for, mesmo que lhe custe a vitória. Piloto bonzinho é peão. Torcemos para dois brasileiros com alma de peão. Os outros não contam, porque não correram. Pelo menos em um carro decente.

 Uma alternativa é a fórmula Indy, a competitividade dela é maior, as regras são melhores, e os brasileiros que competem são o inverso da fórmula 1. O problema da Indy, para a maioria de nós brasileiros, eu creio, é a falta de identificação das equipes, de vínculo. Ao ouvir os nomes das escuderias, nos soam como algo qualquer, não trazem nada para a nossa lembrança. Nem as cores conhecemos de cada equipe. Os carros passam e não sabemos quem representa. Não sabemos quais equipes são grandes rivais, ou pilotos. Na verdade, não conhecemos a Indy, a sua história, que nos faça identificar com alguém, torcer a favor ou contra. As equipes não possuem a mesma projeção que os da fórmula 1.

 Uns vão dizer: "É só torcer para os brasileiros", mas um esporte se torna popular, quando conhecemos um todo, quando conhecemos o significado de perde para quem se perde e ganhar em determinada circunstância. Por exemplo, qual o peso da informação em saber que tal piloto ganhou uma corrida, comparando com a informação que o piloto ganhou na casa do principal adversário, por questão de milésimos, o frustrando completamente?

 Da forma como está, me parece um desfile de carros, sem a menor representatividade, que não entendemos as situações que estão passando. Fica monótono. Fica algo incompleto.

 Portanto, fico aqui, procurando a fórmula perfeita.

Imagens: estadao.com.br
              topicos.estadao.com.br
              colunistas.ig.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário