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A verdade pragmática é aquilo que é real de um sistema de valores, mas como verdade e realidade não são sinônimos, buscaremos, a partir da nossas verdades e realidade, trazer textos sobre tudo. Este blog também abordará assuntos acadêmicos referentes à psicologia e comunicação institucional. E com o tempo esperamos adicionar mais assuntos através de outros colaboradores.



sábado, 26 de fevereiro de 2011

Rótulos e mais rótulos




Eu sou aguardente, podem me rotular
definam o meu gosto, sabor, paladar
composição química, graduação, destilação
bosta, tripa, pus, catarro, secreção
Rotule - me - Já!

Essa música chama-se Rótulo, originalmente gravada pela banda Mukeka di Rato. 
Uma coisa é certa, rotulamos. "vegetariano", "nerd/otaku", "gay", "chato", "pobre", "burro", "bonito". Exemplos não faltam, mas por que rotulamos?

 Construímos nossa realidade a partir da linguagem, e essa possibilidade de realidades pragmáticas são exploradas pelas instituições, que conformam nossa realidade. Nesse processo de forçar uma realidade relativa (social) sobre a subjetiva (individual) encontramos uma poderosa ferramenta que está em constante uso: a Tipificação. Em poucas palavras, a tipificação nos diz como agir, simples assim, mesmo mantendo nossa individualidade não podemos fugir ao padrão de comportamento estabelecido.
 Rótulos fazem parte da Tipificação, pois ao falarmos de um padre, por exemplo, nunca imaginaríamos ele molestando uma criança, pois não faz parte de sua conduta, e é essa nossa realidade social que nos diz isso, para pensarmos assim, mas não vemos que se trata de alguém necessitado de ajuda, apenas vemos-o com repulsa e ódio. Pois na nossa sociedade excluímos os diferentes de nós, sem sabermos que, quem definiu o que é o normal foi as instituições. E por instituições entendemos a família, o estado, o governos, as empresas/indústrias, sendo seus frutos direto a ideologia e a sociedade.
 Quando o homem começou a engatinhar rumo à evolução, foi necessário dar nomes às coisas, era uma questão de sobrevivência, pois bem, aprimoramos essa habilidade de nomear coisas durante milênios. Ao criar as instituições, perdeu-se o controle sobre elas, logo veio as ideologias para fazer a coesão social.
 Já somos rótulos: consumidor, eleitor, classe baixa. Bombardeados constantemente por pré-conceitos pré-concebidos, a sociedade se mantém, pelas instituições e por nós. ad infinitum.
Somos seres individuais, por mais que a sociedade esteja sendo forçada a uma homogeneidade por vários aspectos, não pode-se generalizar quando trata-se das características que torna-nos nós mesmo, não podemos deixar diluir nossa subjetividade com as outras, pois ai perderíamos nossa identidade.
Todos rótulos é pré-conceito, e piora quando levado como verdade absoluta para todo o infinito e além. Bem sabemos que alguem defenido como "pobre" não está fadado a ser "pobre" eternamente.


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