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A verdade pragmática é aquilo que é real de um sistema de valores, mas como verdade e realidade não são sinônimos, buscaremos, a partir da nossas verdades e realidade, trazer textos sobre tudo. Este blog também abordará assuntos acadêmicos referentes à psicologia e comunicação institucional. E com o tempo esperamos adicionar mais assuntos através de outros colaboradores.



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O perigo na Argentina

Imagem: www.imbitubagospel.com.br

Assistindo uma reportagem na Record sobre a invasão de estudantes de medicina brasileiros na Argentina, fiquei preocupado.

 A reportagem mostra, que os motivos que atraem os estudantes, são: o valor da faculdade é mais barato, possibilidade de estágio maiores, e provas menos rígidas.

 O último motivo é o mais perigoso para a população. É compreensível  a procura de um lugar que baixe os custos em relação ao investimento na instrução. Curso de medicina é caro mesmo. É compreensível procurar um local que possibilite colocar em prática o que se aprendeu. Mas agora, ir para um local em que os testes de avaliação sobre o que se estuda é menos rígido, demonstra uma conduta que destoa do que é esperado de um médico ou de um futuro médico.

 O que se espera de um médico é que ele seja competente, esforçado e brilhante. Se um estudante prefere uma prova menos rígida, demonstra que ele não é competente nos seus estudos e esforçado o suficiente; não se pode cobrar brilhantismo de todos, mas esforço e competência sim. É sinal de que já falhará mais de uma vez nas provas que realizou no Brasil e descobriu uma maneira de exercer cargo tão delicado e importante de maneira mais fácil, que não lhe cobre tanta competência e esforço, e quem acaba pagando por esta flexibilidade é o paciente, e muitas vezes com a vida.



Imagem: gestaopublicaonline.com.br/

 O argumento de que o ensino para uns é bem mais qualificado do que para outros, é verdade. Concordo. E de que uns possuem mais privilégios de tempo do que outros e por isso sofrem menos dificuldades quando são submetido a provas tão rigorosas, é verdade. Concordo. Mas isto não pode servir de justificativa para exercer uma atividade tão importante, que envolve a vida de outras pessoas, tendo a consciência de que não é tão preparado como deveria ser, e ir de encontro para com um princípio médico de solidariedade, altruísmo; pois é motivado pelo egoísmo, pois procura se estabelecer sem se preocupar com as consequências que pode gerar, com o dano humano que pode causar, optando em relaizar uma prova que considera mais justa, por estar de acordo com a sua realidade. A realidade da medicina é uma só: salvar vidas, e isto exige sim, conhecimento amplo e rigoroso, independente de quem seja.

 É claro que não creio que são todos que resolvam ou resolveram ir para a casa de los hermanos somente com este intuito, acredito que a maioria vá por causa dos custos mesmo, mas sem a consciência das palavras ocultas que está atrás desse ato e das consequências que pode causar e sofrer. O que resulta uma parcela de responsabilidade para o governo Argentino. Por que, segundo a reportagem, os testes são menos rígidos? Medicina não se aplica da mesma forma -claro, sem os mesmo recursos em muitos lugares- em outras regiões do mundo? Por quê não há uma padronização do grau de dificuldade dos exames de medicina? E isto já amplia a responsabilidade para o mundo todo, pois é necessário garantir um grau de qualidade no atendimento médico, afinal, não estamos falando de números que podem ser repostos devido a um erro, e sim de vidas.

 Claro que isto não sentencia o futuro profissional do estudante, pode até se tornar um bom médico, e até melhor do que outros formados em instituições de maior prestígio, mas a escolha é questionável, e a possibilidade de gerar futuros erros é maior. E espero que esses erros não voltem para ser concretizados por aqui - o que duvido que não aconteça- e quem disser que o importante é que permaneçam na Argentina como forma de presente do Brasil, pode tirar o sorriso da cara, pois não tem graça.

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