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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Por quê a opinião do público de cinema geralmente não anda em sintonia com a dos críticos?

Imagem: criticacomportamental.blogspot.com

Os críticos vivem em situação difícil. Sempre são classificados de "chatos", "doidos", "do contra", "velhos", (no sentido pejorativo), porque o conhecimento de cinema que possuem é bem mais abrangente e analítico do que o público em geral.

 O cinema vive de clichês, vive de dar roupagem nova em coisa velha, e isto sempre funciona por que as gerações novas desconhecem fórmulas antigas, pelo fato óbvio de ser frequentadora recente desta linguagem e "inexperiente" em captar clichês, pouca originalidade e criatividade, pois tudo é novo e original para um recém chegado na magia do cinema. O crítico, velho de guerra, cinéfilo, conhecedor profundo de cinema, tem um olhar mais competente para identificar o que um filme traz de contribuição positiva para o cinema, e o que traz de descartável, repetitivo ou então rasteiro.

 Por isso muitas vezes ocorre um conflito de opinião entre crítico e espectador novo ou fortuito, (espectador fortuito também pode entrar em choque com a maioria da crítica, pois mesmo frequentando cinema há vários anos, não chega a ser cinéfilo, pois esporádicamente vai ao cinema, o que faz que muitas vezes se depare com um filme que julga bom e inovador, mas como está desatualizado, na verdade o filme, pode ser aproveitador de algo recente criado, e que não traz nada que o revigore, e se mostre claramente caça-níquel, o que o torna ruim ou mediano.), pois a bagagem cinematográfica de um e de outro os distanciam no modo de analisar o que é bom e ruim.

 A máxima "gosto é gosto e não se discute", o que no caso o gosto pode ser interpretado como gênero, que parti da concepção que o crítico carrega uma opinião pré-concebida sobre o gênero, o que não se aplica. Pois mesmo um crítico não tendo predileção por determinado gênero, ele irá se basear no seu conhecimento do que já fora apresentado no cinema de gênero tal, e analisá-lo de forma a identificar o que o faz se diferenciar dos milhares existentes, o que garantirá a sua perenidade.

Imagem: www.teatro-da-rainha.com

 Mas vem a pergunta: Mas se o filme consegue entreter, emocionar, enfim, agradar o espectador, não é o que conta afinal? Sim, se ele consegue fazer isso mesmo se enquadrando nos problemas expostos até aqui, é sinal que teve qualidade em fazer o arroz com feijão, ou não, pode ser um lixo que faz sucesso. No primeiro caso, não é proibido a existência de filmes pipocas ou convencionais, sempre existirá um público mais conservador, e estes filmes são importantes para manter a presença deste público no cinema, mas não significa que receberá menções honrosas, e sim uma nota mediana por cumprir bem o seu papel, mas sem ousadia e criatividade, o que pode ser incompreensível para os 2 tipos de expectadores citados, que podem saírem  do cinema com a impressão de terem visto a 8º maravilha do mundo. O segundo, mesmo entretendo o público, pode receber uma avaliação péssima, pois nem faz algo a mais que o arroz com feijão, e nem mantém a qualidade esperada, pois o modifica, não em sua essência, mas em sua roupagem, adicionando elementos descartáveis de uma cultura, o palavrão sem propósito, a vulgaridade fácil e altamente consumível, caricaturas presas a uma temática de conteúdo pobre e popular. A aceitação do público pode ocorrer pela falta de boas referências e por estar habituado a este tipo de ambiente, mas será que não cabe aos fazedores de cinema criarem referências melhores?

 Este post se originou devido as constantes reclamações, discordâncias ásperas e insultos de leitores da web de sites de cinema, em relação aos críticos, por emitirem as suas opiniões indo de encontro com outros pontos de vista de milhares de pessoas, principalmente para com os Blockbusters, cujo marketing pratica o auto-elogio exageradamente, "O melhor filme de todos os tempos", (Avatar). Discordância sempre existirá, mas o insulto sem fundamento, apenas pelo fato de o outro se expressar de maneira contrária é um comportamento imaturo. Xingar o crítico de "virjão", "amargurado", "bobão" e coisas piores que já li no espaço de comentários de sites, é demonstrar muita falta de senso, educação, e de saber compreender em que contexto se encontra o seu olhar e a do crítico.

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