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A verdade pragmática é aquilo que é real de um sistema de valores, mas como verdade e realidade não são sinônimos, buscaremos, a partir da nossas verdades e realidade, trazer textos sobre tudo. Este blog também abordará assuntos acadêmicos referentes à psicologia e comunicação institucional. E com o tempo esperamos adicionar mais assuntos através de outros colaboradores.



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sistema de cotas é a maior representação do quanto o negro é subestimado

Ilustração: gozados.wordpress.com/2008/04/18/humor-negro/
 Volta e meia, este assunto é reanimado e retirado do estado de letargia, que alguns assuntos espinhosos são submetidos, por ninguém chegar a conclusão alguma, ou mesmo obtendo uma, dificílmente é capaz de persuadir a outra parte, seja por esta ser cabeça dura, ou por gostar das coisas como estão, e por isso morrer defendendo um argumento por mais frágil que seja. Quando um centro de comunicação se vê em apuros em relação a pautas, lá estão eles com desfibliladores reanimando assuntos considerados mortos, (ou assassinados), ou com uma cura milagrosa libertando-os do coma. Não que eu ache isto errado, a velocidade dos acontecimentos é de um absurdo tal, que é compreensível alguns assuntos serem deixados de lado; o caso da Receita Federal engolida pelo escândalo da Casa Civil é um exemplo.

 Digo isto apenas para ressaltar que não é o meu caso. Não entrei na UTI para fazer visitas. Na verdade vivo nela. Comentar o que está "na boca do povo", é desnecessário e pouco prático, uma vez que existe uma gigante mídia. Procuro de fato assuntos que não estejam em larga exposição, embora vez ou outra, eu não resista e comente assuntos supra veículados, forçado por sua relevância.

Moribundo, atentei para o assunto Sistemas de cotas para negros, e lá fui eu distraí-lo com algumas reflexões. Devo dizer que ele não gostou muito da conversa no início, mas não foi grosseiro, acredito pelo fato de eu não ter o tratado como um coitado.

 Eu sou contra. Não acho necessário, uma vez que existe um programa de bolsas de estudos voltado para pessoas de baixa renda, que é o principal argumento para os defensores da cota, alegando que históricamente os negros, depois de libertados da escravidão, foram marginalizados e sempre viveram em condições muito precária, devido ao preconceito que nunca foram libertos, e por isso, obtiveram pouco acesso a uma educação de qualidade. E quanto a isto, concordo sem tirar nem pôr. Mas, não pode ficar no esquecimento, que históricamente, sempre houve brancos, pardos e amarelos que passaram e passam pela mesma situação. A pobreza, a falta de oportunidade e  de condições digna de se viver, não é exclusividade de nenhuma cor.

 Vou usar um exemplo que com certeza já se utilizou, embora não saiba por quem. Da forma que se encontra hoje, um branco pobre e um negro pobre, podem estudar nas mesmas instituições de ensino, até na mesma sala, da infância passando para a pré-adolescência e adolescência, obtendo os mesmo resultados. Resolvem pleitear uma mesma vaga em uma instituição de ensino superior, e como não podia deixar de ser, conseguem resultados iguais, mas o negro, devido ao sistema de cotas, conseguiu a vaga, e o branco, precisará de outra oportunidade. Ou seja, no final, o fator decisivo fora a cor da pele, se isto ocorrese de maneira inversa a repercusão seria muito maior.

 O negro tem totais condições de concorrer a uma bolsa de estudos para as pessoas de baixa renda se for o caso, pois é exatamente igual aos demais, em sua capacidade cognitiva, pela sua dedicação, esforço. Na verdade todos que provém de uma origem humilde são iguais, pois passam pelos mesmo problemas. Até na questão do preconceito, os negros por causa da cor da pele, muitos brancos por causa de sua classe social, (preconceito que atinge qualquer cor), os amarelos por serem amarelos, enfim, todos acabam experimentando, em algum momento, este terrível sentimento humano.

 Não sei se quem me ler agora, é negro, e se for, pode estar discordando inteiramente dos meus dizeres, o que é totalmente válido, pois busco o debate, e não o amém das igrejas, por isso o espaço dos comentários logo após o texto, ( e acredite, eu consigo mudar de opinião), mas reflita, perante um igual, sob os critérios de origem, não se sente capaz ou com a mínima chance de concorrer e ganhar? Não acha que é subestimado? O que procura, aliás, a humanidade, não é ser tratado nem pior e nem melhor, mas igual?

 Me levanto, deixo o Cota pensativo, não sei se alegre, triste ou com raiva, mas sem dúvida o distrai, o deixei com ânimo para me responder em outra ocasião, com as frases sendo lapidadas e conectadas com outras, para formar um argumento sólido, para me responder contradizendo, ou me confirmando. Não irá morrer até me dizer. Me dirijo para outro leito. Alguém mais precisa ser distraído.

2 comentários:

  1. Acredito que ainda existe racismo, não somente no Brasil. É fácil responder quem seria abordado pela policia a noite numa via deserta, um branco ou um negro? De fato existe a cultura e todo o histórico social dos negros brasileiros, do mesmo modo que nós paulistas temos pré-conceitos sobre os nordestinos, cariocas até mesmo com os paulistanos, e assim vai, muitos homens tem pré-conceitos com mulheres, um exemplo clássico é a "mulher no volante, perigo constante." e conforme recortamos a sociedade em qualquer contexto social haverá pré-conceito.

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  2. Concordo, principalmente em relação aos Nordestinos. O atual discuso político de separação de ricos e pobres, acaba despertando um ódio enraizado em alguns, que consideram os nordestinos responsáveis pelo futuro político do País. Isto me preocupa, isto acaba disseminando um ódio injusto e sem sentindo, alimentado por políticos irresponsáveis, que praticam o Populismo rasteiro.

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