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A verdade pragmática é aquilo que é real de um sistema de valores, mas como verdade e realidade não são sinônimos, buscaremos, a partir da nossas verdades e realidade, trazer textos sobre tudo. Este blog também abordará assuntos acadêmicos referentes à psicologia e comunicação institucional. E com o tempo esperamos adicionar mais assuntos através de outros colaboradores.



segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O trunfo dos facínoras.


Foto: Ofelino.blogspot.com

 Em época de massacre eleitoral, é inevitável não nos encontrarmos, mesmo que por uma fração de segundo, reflexivos em relação ao universo que a maioria sente repulsa.

 Diante da comédia instaurada nas nossas Tvs, rádios, nas ruas, no lixo, de figuras que a gente sabe que não deviam estar ali, que sabemos que engordaram as nossas custas, vestem armanis que deveriam ser nossos, e que não seria sensato que se candidatassem, nem para chefiar grupo de escoteiros; além de outros que buscam ganhar a nossa simpatia se caracterizando como pobres, acreditando que é isto que o eleitor procura, pobreza no congresso, e não honestidade e competência, porque até onde eu saiba, estas duas palavras não escolhem classe social; perguntas como "o que fazer?", "Como higienizar a nossa política?", ou "Como garantir que não seja compuscarda?", vêem à tona.

 O discurso decorado, convencional, sempre surgirá como resposta da boca de algum cidadão, viciado em ingerir idéias, conceitos, tendências da grande mídia: "A culpa é do povo que não sabe votar", "Tem que votar com consciência", "Tem que pesquisar sobre a pessoa que se vota, enquanto o povo não não adquirir essa cultura, nada mudará". Verdade. A culpa é do povo. O povo não sabe votar. Não vota com consciência. Não pesquisa. Não ler. Mas por que tem que esperar o povo adquirir a cultura do voto conciente, ou acreditar que um dia isto ocorrerá? E quando escrevo "povo" é no sentido de maioria.

 A maior arma da picaretagem engravatada, e como já dito, da caracterizada, é a obrigatoriedade do voto. É a garantia que triunfarão. Trabalham com a ignorância do povo, da falta de informação, da falta de comprometimento político, de interesse. Por isso sempre se safam. Por isso sempre são eleitos.

 No Brasil, a esmagadora maioria, vota porque sabe que se não votar, pagará multa. Fato. Não votam porque estão preocupados com o futuro político do país, ou por considerarem política algo de muita relevância, votam para não sentirem os bolsos vazios.

Descrevendo a motivação, cabe descrever o raciocínio por trás do voto. Uns votam por simpatizarem com o enuciador do discurso, como se política fosse algo passional, e não racional. Outros votam por sentirem afinidade com um partido político, tratando-o como um clube de futebol; faça chuva, faça sol, roubem pouco, roubem muito, estão lá, votando, como se nós que devessemos criar um vínculo com os partidos, e não eles com os nossos anseios e necessidades.

 O primeiro ato que deveria ser oficializado, o ponto de partida para começar qualquer governo, é a reforma política, primeiro item: Não obrigatoriedade do voto. Votaria quem quisesse, que achasse importante. Reduziria o público nas urnas? Reduziria. Muito? Muito. E qual seria a vantagem? Apenas não obrigar não traria muitas,a compra de votos cresceria exorbitantemente, o resultado seria quase o mesmo. Sou a favor da qualificação do voto. Explico. Antes de votar, o indivíduo responderia pelo menos três perguntas que qualquer cidadão deveria saber sobre política, duas respostas erradas, nada de voto.

 Tenho certeza que apareceriam discursos como "elitização do voto", mas conhecimento, voltando a utilizar a expressão, não escolhe classe social. Esta medida até estimularia a busca de informação, de leitura. Os discursos vazios, a panfletagem, os números duvidosos, passariam menos desapercebidos.

 Campanhas massisas em rádio e TV deveriam ser extintas. Parte-se do ponto que, se o voto não é obrigatório, vota quem julgar importante, naturalmente o indivíduo buscaria informações sobre planos de governos, sobre partidos, candidatos, etc. Para quem disser que isto dificultaria muito o acesso a tais informações, a internet é o presente e o futuro.

 Quero deixar claro que a cobertura do noticiário político, continuaria intacta em todas as mídias, inclusive os debates.

 Ongs contra a corrupção, esqueçam o ficha-limpa, políticos sempre se acobertarão, e descobrirão maneiras de burlar as leis, vivem fazendo isso, e continuarão fazendo enquanto forem eleitos; ou os seus amigos. Pensem nisso, o voto massivo geralmente anula o voto quaificado, consciente, por ser a maioria, por se exigir apenas a presença e não o conhecimento e comprometimento. Este é o trunfo dos facínoras.

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