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A verdade pragmática é aquilo que é real de um sistema de valores, mas como verdade e realidade não são sinônimos, buscaremos, a partir da nossas verdades e realidade, trazer textos sobre tudo. Este blog também abordará assuntos acadêmicos referentes à psicologia e comunicação institucional. E com o tempo esperamos adicionar mais assuntos através de outros colaboradores.



sábado, 19 de março de 2011

O "nada" em diferentes culturas

Imagem: wqs-verdadedomundo.webnode.com.br

 A polarização em muitas ocasiões é perigosa. Geralmente um gosto pessoal permeia as palavras críticas, que desvia dos fatos e cai no âmago do "eu", a essência camuflada de imparcialidade. Espero não cair nisso.

O esgotamento dos assuntos e fórmulas na TV nas últimas duas décadas produziu ideias inovadoras e outras horrorosas, isto em escala global.

Nos EUA do início dos anos 90, o processo de desconstrução da ilha da fantasia da televisão (que em seus primórdios transpôs para as telas o universo fantástico dos quadrinhos e da literatura de ficção científica) chegou ao seu ápice com a fórmula do "nada", onde a realidade das pessoas é exposta e por mais ilógico que isto pareça, acabou dando resultado. Logo o conceito do "nada" se espalhou pelo mundo, até chegar ao Brasil.

E é aí que notamos de maneira clara a superioridade intelectual de uma cultura em relação a outra.

Imagem:  mundolivredownload.blogspot.com

Vamos pegar a pedra bruta, "o nada". A fórmula do nada consiste em relatar o cotidiano das pessoas comuns, sem propriamente seguir uma narrativa, apenas expor conversas de assuntos banais e atividades corriqueiras. Nos EUA, o coeficiente desta fórmula resultou em séries maravilhosas como Seinfeld e Friends, embora este último possua uma linha narrativa com foco determinado,  (a relação de Ross e Rachel nas primeiras temporadas e depois o retorno nas temporadas finais).

No Brasil a equação resultou em um formato copiado chamado Big Brother Brasil. Seinfeld, Friends e o Big Brother possuem a mesma temática de diversificar sobre o nada, o banal, o cotidiano das pessoas. A diferença é que os americanos preferem a ironia ao nonsense, o refinamento ao escracho vulgar, a ponderação como alicerce da construção da piada, ou melhor, da observação espirituosa, do que a expressão descerebrada, chula, proferida em tom jocoso. A exploração de um fato do que a exploração de um indivíduo.

Imagem: poptude.blogspot.com

O Big Brother não é só cactos, é interessante observar - principalmente quem estuda comportamento humano - o modo de agir e raciocinar do indivíduo enclausurado em um micro universo longe do que lhe é comum, com pessoas desconhecidas. Mas é só. Enquanto as séries americanas citadas nos passam referências culturais e reflexões hilárias do que nos é comum, o Big Brother dialoga com a degradação que o ócio provoca, o tédio materializado em imagens. É como viver um domingo vazio, e procurando esquecê-lo ao ligar a TV, nos encontrar-mos na tela fazendo o mesmo, jorrando ócio e tédio em um ponto fixo. A convergência de dois vazios tão óbvia quanto desapercebida por muitos expelindo em forma, essência e ação, um descomunal "nada" inutilizando o tempo que vivemos.

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