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A verdade pragmática é aquilo que é real de um sistema de valores, mas como verdade e realidade não são sinônimos, buscaremos, a partir da nossas verdades e realidade, trazer textos sobre tudo. Este blog também abordará assuntos acadêmicos referentes à psicologia e comunicação institucional. E com o tempo esperamos adicionar mais assuntos através de outros colaboradores.



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Por que ler se tornou difícil?

Imagem:  diassarquis.blogspot.com
 Por que estamos, (e quando digo "estamos" me refiro especialmente aos jovens), viciados em velocidade, voluntária ou involuntariamente.

 Nossa sociedade exige a velocidade, pois ela é tida como elemento fundamental para se diferenciar da concorrência e angariar lucros. Nossos trabalhos exige a velocidade, o aprendizado quando precoce é visto como algo positivo, pois significa carga de conhecimento adquirida antes dos demais que lhe confere vantagem.

 Com o trabalho e estudos ocupando a maior parte de nosso tempo, o entretenimento se tornou mais ágil, a Internet é a representante maior.

 Antigas formas de lazer acompanharam essa velocidade, seja por imposição da nova sociedade ou pela necessidade de renovação. A música se tornou uns retalhos de sons degladiando-se entre si por um espaço breve de pouco mais de 2 minutos, adicionando as imagens de cortes abruptos passando diante de nossos olhos como passantes de uma metrópole ensandecida pelo ter.

 Os filmes perderam muitas linhas, e as poucas que sobraram são repisadas, tocadas incessantemente como uma tecla de piano cujo som agrada a plateia, dezenas, centenas, milhares de vezes, até por fim o público exigir outra, mas não pedindo um concerto, mas uma tecla de cada vez.


Imagem: ningummeentende-kassya-kassya.blogspot.com

 É um caminho natural. Habituados a viver "na correria" expressão comumente usada, necessitamos de brevidades e de algo que nos mantêm despertos. E os livros nesse sentido é uma espécie de charrete em um autódromo. O seu prazer não é instantâneo, pois exige tempo e carga de informação para configurar o prazer, necessita que o cidadão urbano de nosso século deixe a sua rotina de vícios que está habituado, com dezenas de sons e imagens de outras plataformas instantâneas, cuja carga de informações é do tamanho de um iceberg, para uma situação que lhe oferece pedrinha por pedrinha de gelo, para se formar um todo. Voltando ao autódromo, é como estar habituado com uma Ferrari e enfrentar a realidade de uma caminhonete. Essa lentidão necessária se torna penosa para a geração computadorizada de meados dos anos 90 em diante.

 E não é só os livros que enfrentam este problema, o teatro e palestras ficam em uma situação difícil também. Lembro que assistir uma palestra sobre a 29º bienal na universidade, e ela começou bem, com a apresentação de vídeos e de imagens, mas depois se tornou um monólogo, e por mais interessante que estivesse, a sonolência contaminou o público, (repleto de jovens), e começou a se esvaziar pouco a pouco. É necessário a utilização de várias ferramentas pra prender a atenção, caso contrário o processo de comunicação não obterá Êxito. O teatro, com os seus orçamentos baratos oferecendo uma enxurrada de monólogos não ajuda, sem contar o problema de custos para o público, o que já atinge outro assunto.

 Os jornais se saíram bem procurando se assemelhar com a Internet, embora não sei se posso dizer o mesmo em relação a qualidade da informação.

 Eu tive sorte. Tive uma infância cercada de leitura, que me faz não penar tanto para ler um livro ou qualquer outra coisa, e muitos de minha geração também, sinal que há esperança para a criação de uma geração mais leitora, desde que seja estimulada desde o princípio.

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