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A verdade pragmática é aquilo que é real de um sistema de valores, mas como verdade e realidade não são sinônimos, buscaremos, a partir da nossas verdades e realidade, trazer textos sobre tudo. Este blog também abordará assuntos acadêmicos referentes à psicologia e comunicação institucional. E com o tempo esperamos adicionar mais assuntos através de outros colaboradores.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O valor do erro

Imagem: www.brasilescola.com

A filosofia moderna fora construída através do erro. Para Tales de Mileto o princípio de tudo era a água, para Anaxímenes era o ar, Anaximandro analisou que nem a água, nem o ar ou o fogo era o princípio, e sim um elemento neutro, que definiu como àpeiron, infinito em grego. Com o passar do tempo, séculos mais precisamente, percebeu-se o equívoco de tais afirmações.

 Hitler argumentava que o pluripartidarismo enfraquecia o Estado e que, o poder deveria ser centralizado para somente um partido e um chefe.A história demonstrou que todas as tentativas de centralização dos poderes levaram a impulsos autoritários, ferindo a liberdade das pessoas, se valendo da intolerância, desumanizando homens.

 Os setenciamentos do fim do rádio com o advento da televisão e, do meio impresso com a revolução da internet, se demonstraram prematuras e simplistas, pois o rádio é líder de audiência nas tardes ensolaradas de labuta, e grande aliado na tortura dantesca propiciada pelas cidades: o trânsito. A folha de São Paulo no domingo do primeiro turno do último pleito presidencial, teve venda histórica com apenas 2% da tiragem intacta em alguma banca misteriosa do Estado, sendo que normalmente a permanência de exemplares em bancas é de no máximo de 30%.

Imagem: www.nonio.uminho.pt

 Esses equívocos não foram em vão, eles não vieram e se foram sem trazer à luz alguma utilidade, eles ajudaram na construção ou na tentativa de se chegar a verdade. Os sábios da escola Jônica através de suas interpretações ingênuas sobre o princípio das coisas, contribuíram para a formação do que é hoje a filosofia, pelo simples fato de se poder contradizê-los, pois levantaram hipóteses, mesmo que errôneas, mas que puderam servir de comparação em análises futuras, e assim, se baseando pelo conhecimento e lógica de uma geração se construir uma verdade, tendo como princípio a praticabilidade de um provando a insuficiência do outro.

 Se o ponto de vista de Hitler desumaniza, fica claro que não é o caminho a se seguir pelos homens.

 Se a análise sobre o fim do rádio e do impresso se mostrou enganosa é sinal que é necessário um olhar mais aguçado ao se analisar o comportamento da sociedade.

 O erro é o melhor método de ensino que existe, até mesmo Deus, para demonstrar que o homem não tem condições de se auto-governar, lhe ofereceu um tempo pré-determinado para ser dono de si, certo de que o homem não obterá êxito, para que o homem constate o seu engano ao observar os seus erros e perceber o quão irrefutável é a razão de Jeová.

Imagem: bloglog.globo.com

 Quando percebo os erros se repetindo no Brasil, as tragédias sucessivas ocorrendo, e verificando a ignorância sobre o poder educativo e concreto do erro, cada um jogando a culpa em que está acostumado a jogar, a população nas autoridades, as autoridades na população - e veja só que desaforo - e na chuva! Logo ela, que nasce com o princípio de ser um alívio e um presente dos céus, para os dias escaldantes de verão serem mais suportáveis. Não há a humildade de se reconhecer que todo mundo tem culpa no cartório - menos a chuva - e que é necessário um esforço coletivo, para que Zé Ruela não seja porco e jogue o lixo no lixo e Dick Vigarista tenha senso e coragem de investir como se deve na contenção de desastres e na desabitação de áreas de riscos.

 Mas pelas vítimas circunstânciais que ouço, este pensamento não entrou em voga, é visto como discurso florido sem uso prático, o que me deixa mais desiludido com o Brasil, pois o admirável mundo novo de Huxley se demonstra cada vez mais inevitável.


 A queda ensina, mas para o brasileiro é só um motivo de o carnaval se fazer necessário com o seu efeito embriagante.

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