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A verdade pragmática é aquilo que é real de um sistema de valores, mas como verdade e realidade não são sinônimos, buscaremos, a partir da nossas verdades e realidade, trazer textos sobre tudo. Este blog também abordará assuntos acadêmicos referentes à psicologia e comunicação institucional. E com o tempo esperamos adicionar mais assuntos através de outros colaboradores.



terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Dezembro é o que somos

Imagem: alexdario.blogspot.com
  Dezembro é uma radiografia circunstancial. É neste mês, por exemplo, que verificamos quais são as músicas do momento, tocadas gentilmente por cidadãos com a perfeita noção do ridículo, desfilando com os seus carros de "fuga", com rádios de custo mias elevado do que o próprio veículo, (o que não é nenhuma novidade). É em Dezembro que percebemos que precisamos de crianças novas -ou de uma educação nova; crianças que não usem palavreado de adultos que precisam também serem trocados, e que não estourem as famigeradas bombinhas vendidas por adultos que precisam serem presos, transformando o seu bairro em uma espécie de micro-guerra civil, fuzilando os moradores das casas com seus barulhos atordoantes, assustando idosos e despertando recém-nascidos.

 Dezembro é o mês do suicídio. A taxa de suicídios eleva consideravelmente nesta época do ano. Geralmente nos grandes centros urbanos. Comparar a taxa de suicídios de um ano para o outro, pode tentar responder se a felicidade se estendeu igual a nossa economia, ou retrocedeu igual aos nossos valores, simbolizado pela campanha vergonhosa de preconceito na internet de Paulistas e Nordestinos.

 O 12º mês é revelador de como anda as nossas tradições, se continuamos com o hábito do "é proibido demonstrar afeto sem o consumo", congestionando com os nossos pés os grandes centros comerciais, se continuamos com a crença de nos vestirmos de branco no último dia do mês, mesmo se descobrimos no término do futuro ano, que ele fora exatamente igual ao que está sendo superado, inclusive nos aspectos ruins.  Se continuamos a pular as setes ondas, mesmo que se descubra no ano vindouro, que isto não adiantou nada e ainda rendeu uma torção no pé. E por fim, se continuamos a sair nas ruas abraçando as pessoas que amamos, e as que não amamos também.

 Época que testamos os serviços públicos, os aeroportos, os hospitais, os transportes públicos, a polícia; e constatamos se somos palhaços ou não ao pagarmos os impostos. O bom senso e a falta dele é manifestada mais acintosamente, como vemos na solidariedade consciente até mesmo daqueles que pouco possuem,  das árvores de natal que pegam fogo por causa de piscas-piscas vagabundos, dedos perdidos pelo manuseio imprudente de fogos de artifícios, bêbados mais bêbados que o comum, balões incendiários.

 Dezembro não traz consigo apenas o esmaecimento do ano, ele também nos entrega uma síntese do que somos hoje. E quem sabe do que sempre fomos.

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